terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Que o final seja como o começo (Parte 1)


Só para variar, estive pensando um pouco. Estava refletindo sobre nosso comportamento quando ganhamos ou compramos algo novo.
Lembro quando comprei meu primeiro carro (como se já tivesse comprado um segundo ou terceiro, na verdade ainda estou com ele. Rssss.). Quanto cuidado. Estacionava o carro morrendo de medo de arranhar a pintura. Mudança de marcha no tempo certinho, nada de esticadas. Parava o carro a dois palmos do meio fio. Não queria arranhar as rodas. E ai de quem se atrevesse a bater a porta do possante como se fecha uma geladeira velha. Fogo consumidor se acendia nos meus olhos. Andava na rua todo prosa com meu Kadetão 96, crente que estava abafando. Mas aí o tempo passou, passou e passou. Me pergunte agora se o cuidado é o mesmo? Acho que não preciso nem responder.
A mesma coisa acontece com a TV nova, o computador novo, o celular novo e também, como não poderia deixar de ser, com a fé nova. No início: motivação, entusiasmo, empolgação e encantamento. Mas com o tempo ... Ah, o tempo.
Esse tal de tempo pode ser um grande amigo, mas também um grande algoz, principalmente quando está relacionado a fé. E quando me refiro a fé, não estou falando daquele poder que move o sobrenatural, mas da fé relacionada a vida cristã, ao relacionamento com Deus. Sim, o tempo pode ser o instrumento que desgasta a paixão, o amor e o fervor espiritual. Com o tempo podemos até manter a forma, mas perderemos o conteúdo. Foi assim com os crentes de Éfeso. Continuavam indo aos cultos, a EBD, a praticar boas obras e um monte de coisas boas, mas as palavras de Jesus foram essas “Vocês não me amam como no princípio! Pensem naqueles tempos do seu primeiro amor” (Bíblia Viva). Ap. 2:5.
Deus não está mais preocupado com o que fazemos para ele do que com o que nós sentimos por Ele. O Senhor acima de tudo quer saber se a paixão está intacta. Para alguns a vida é bastante corrida. Chegam a achar que um dia deveria ter 48 horas. Acham que oram pouco, lêem pouco a Bíblia, vão pouco a igreja, mas acima de tudo possuem uma paixão, uma sede de Deus, um fogo que lhes consomem a alma. Enquanto outros possuem uma vida mais light, são verdadeiros ratos de igreja, não perdem uma reunião. Lêem as escrituras regularmente e até oram como todo bom crente deve fazer, todavia se tornaram religiosos e nem perceberam. O fogo se abrandou, diminuiu, é quase uma sentelha.
Então como não permitir que o tempo não diminua a paixão? Pode não ser fácil, mas é simples. Voltando ao começo.
Façamos o caminho de volta, como fizeram José e Maria quando deixaram o travesso Jesus em Jerusalém. Voltemos perguntando, buscando e procurando. Por certo o encontraremos. Porque quem busca, acha. Quem pede, recebe. E quem bate, a porta se abre.

Pense nisso e não deixe a paixão se esfriar.

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