segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um Natal com significado

Hoje é 24 de dezembro, véspera de natal.
Creio que não exista um dia melhor para refletirmos sobre o verdadeiro significado dessa data já que com o passar dos anos sua razão de ser tem se perdido ao longo do caminho, principalmente no caminho que leva ao comércio e aos shoppings da vida. O natal se transformou na maior data comercial do ano, onde os comerciantes, e a mídia incentivam avidamente esse comportamento que se tornou cultural. Tudo isso construído atrás da figura bonachona do bom e velho Noel que divide com a árvore de natal o título de representante da festa.
Além disso, é lamentável perceber que a grande maioria das pessoas enxergam o natal como mais um feriado, como outro qualquer, o que para maioria dos brasileiros representa um pretexto para comer, beber e se divertir à vontade sem que exista sequer um segundo de reflexão.
Só conseguimos perceber o verdadeiro significado do Natal quando olhamos para a Bíblia. O evangelista João escreveu e sintetizou o que representa o nascimento de Jesus, isto é, o natal “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, então entendemos que o natal é Deus se fazendo homem e pisando nosso chão, vendo nossos dramas, sentindo as nossas dores. Natal é Deus conosco, todos os dias, todas horas e em todos os momentos. E o porque disso tudo? Porque Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. É Deus apaixonado, doente de amor dando o primeiro passo para atrair o homem para si através do seu próprio filho, sendo ele o elo entre o homem e Deus.
Natal é Deus interferindo e mudando a história, não apenas a história, história, mas a história de cada pessoa que um dia se encontrou com Jesus, porque é impossível que alguém que o encontre de verdade seja a mesma pessoa. Foi assim com os discípulos, foi assim com Nicodemos, foi assim com os reis-astrólogos que vieram do oriente.
Natal é o nascimento de Cristo, é a maior prova do amor de Deus. É Deus pagando o mal com o bem, é o criador oferecendo a outra face, é o Senhor andando a segunda milha, é o Soberano do universo se humilhando, é o Eterno que não desiste de amar. É Deus sendo bom em troca de nada.
Cristo é o convite de graça para todo pecador que deseja se aproximar de Deus a fim receber misericórdia.

Celebre o Natal.

Celebre o amor de Deus.

Celebre a Cristo.

Feliz Natal.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Instalando a Palavra na alma

Quando não entendia nada de informática, e ainda não entendo muito, achava que se eu quisesse colocar o Windows em um computador bastava apenas copiar a pasta chamada Windows para um disquete e depois colocá-lo em outra máquina e simplesmente colar a pasta copiada e pronto. Isso mostra o quanto eu não entendia nada mesmo.
Depois que comecei a freqüentar meu primeiro cursinho e descobri que a coisa não acontecia da forma que eu pensava, descobri que não era uma questão de Ctrl+C e Crtl+V, era necessário instalar o programa no HD da máquina, desse jeito e apenas desse jeito o sistema operacional pode gerenciar os processos do computador.
Pode até parecer aula de informática, mas tem tudo haver com nosso relacionamento com a Palavra de Deus, pois uma coisa é dar um Ctrl+C em alguns textos da Bíblia e dar um Crtl+V na minha mente, outra coisa é instalar a Palavra no meu coração.
Quando a Palavra está apenas na minha mente, ela pode ser enviada facilmente para a lixeira. Bíblia na mente não vai me livrar do pecado. É possível ser habilidoso no manuseio da Bíblia, conhecer textos e histórias de cor, saber a localização precisa de inúmeros versículos, quem sabe até mesmo decorá-los, mas se diante do pecado a Palavra não estiver instalada no coração, nada poderá livrar o homem de pecar, muito menos religiosidade, tradição ou teologia. Bíblia na mente é Bíblia na mente, mas Palavra no coração é extensão de mim, é executável (.exe) na minha alma. Por isso, o salmista declarou: “escondi, se fosse nosso contemporâneo ele diria, instalei tua Palavra no meu coração para não pecar contra ti”. Sl.119:11.
Talvez esse seja hoje nosso maior problema, uma enorme quantidade de gente com a Palavra copiada e colada na mente e pouca gente com ela instalada na alma. Por ter a Lei de Deus no coração José não cedeu a sensualidade da mulher de Potifar. Por possuir a Palavra na alma Davi se arrependeu de seu erro, mesmo depois de haver pecado. Instalando a Palavra na alma Daniel colocou em seu coração não se contaminar com a comida do rei. O mesmo não podemos dizer de Eva, que sabia muito bem o que Deus havia dito, mas possuía apenas a Palavra copiada e colada em sua mente, o resultado todos nós já sabemos. Sem falar dos fariseus, contemporâneos de Cristo, que literalmente possuíam pedaços da Lei amarados em suas testas e braços, mas que estavam longe de transformar o que conheciam em prática de vida sendo chamados de hipócritas por Jesus. Hipócrita, no original significa “aquele que representa um papel”, como se fosse um ator. Isto é, aparentar ser o que realmente não é, como se fosse um evangelho pirata. Mas isso é um outro assunto.
Pra terminar, é necessário lembrar que assim como não se instalam programas de computador copiando e colando, também não se desinstalam programas apenas clicando neles e arrastando pra lixeira, mesmo fazendo isso ainda existirão diversos arquivos espalhados no HD, esse será um procedimento inadequado e ineficaz. Programas não se deletam, se desinstalam, mas a Palavra de Deus uma vez instalada na alma de alguém não pode jamais ser deletada.

Pense nisso.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

“Evangélico” ou Evangélico?

As duas palavras acima parecem ter o mesmo significado, mas são diferentes. Na verdade nem sei se isso tem alguma validade gramaticalmente, mas quase todas as pessoas entendem que uma palavra colocada entre aspas não tem o significado que deveria ter, por isso, usei a palavra evangélico, com aspas e evangélico, sem aspas para estabelecer a diferença entre uma e outra.
Evangélico com aspas é aquela pessoa que abraça o evangelho como religião evangélica. Ela passa a freqüentar uma igreja evangélica, aprende a se vestir como um evangélico de acordo com a tradição da igreja, ela aprende a liturgia das reuniões, sabe a hora de sentar, levantar, erguer as mãos e etc, se torna uma freqüentadora assídua das programações, assimila os trejeitos e os jargões da comunidade onde está inserida, aprende as músicas que são cantadas na igreja e por aí vai, mas fica só nisso, a mudança só acontece por fora, porque por dentro a pessoa continua a mesma. A religião só passa um verniz para fazer a pessoa parecer melhor. Aqueles que abraçam o evangelho como religião são aqueles que nunca desfrutam a vida abundante que Jesus prometeu, possuem uma vida rasa e sem intimidade com Deus. Estão sempre em busca da benção e não do abençoador. Pensam que ao se tornarem “evangélicos” recebem imunidade contra os problemas ou uma garantia de benesses materiais e não percebem que o maior benefício do evangelho acontece no interior e não no exterior.
Ser evangélico sem aspas é abraçar o evangelho, isto é, os ensinamentos de Cristo como princípios e verdades a serem praticadas. É entender que a maior proposta do evangelho não é me fazer imune as lutas, mas me fazer forte para passar por elas. É saber que o evangelho não me promete, a priori, benesses materiais, mas sim, justiça, paz e alegria no Espírito Santo, de forma que eu não tenho direito de exigir nada da parte de Deus a não ser aquilo que Jesus conquistou na Cruz para mim, isto é, toda sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. Isso eu posso exigir, o resto é conseqüência, vem no pacote junto com a salvação.
Quando eu abraço o evangelho genuíno e não um outro “evangelho”, ele me transforma em uma nova criatura, de modo que nem sempre as circunstancias em minha volta mudam, mas essencialmente tudo dentro de mim será diferente e assim poderei dizer como o apóstolo Paulo “Já estou crucificado com Cristo, portanto já não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, e a vida que vivo agora, vivo na fé no filho de Deus”. Gl.2:20. Evangelho que é evangelho muda minhas prioridades, muda minha mente, transforma meu caráter e molda meu temperamento. Evangelho que é evangelho tira o meu foco das coisas da terra e faz meus olhos se voltarem para as coisas espirituais.

“Evangélico” ou evangélico? Quem é você?

Pense nisso.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Tudo muda, menos Deus

Não há nada tão permanente quanto a mudança.
Nesse mundo o tempo muda, o clima muda, os governos mudam, a moda muda, as leis mudam, os pensamentos mudam, os conceitos mudam e principalmente, nós mudamos.
Ontem amávamos, hoje não amamos mais.
Ontem admirávamos alguém, hoje estamos decepcionados.
Ontem tínhamos certeza, hoje nem tanto.
Ontem não abríamos mão de algumas coisas, hoje já não faz tanta diferença.
Ontem queríamos uma coisa, hoje já queremos outra.
Ontem gostávamos mais de branco, hoje gostamos mais de preto.
Ontem eu chamava o errado de certo, hoje eu chamo o certo de errado.
Tudo muda, inclusive nossa espiritualidade e para nossa tristeza essa mudança nem sempre é para melhor. Ora a chama do Espírito aumenta, ora diminui. O mesmo acontece com nossa fé, devoção, amor e fervor que variam para cima e para baixo. Existem dias em que parecemos estar no cume Sinai, face a face com o Senhor, ao passo que há outros em que nos sentimos no mais profundo abismo. Em um dia oramos muito, no outro não oramos nada. Em um mês lemos diversos livros da Bíblia, em outro não lemos um versículo. Às vezes parecemos gigantes e pouco tempo depois parecermos ratinhos amedrontados. Tem horas que nossa fé é capaz de remover montanhas, mas existem horas em que perguntamos “será que ainda tenho alguma fé?”.
Assim a alma vai sobrevivendo nessa verdadeira montanha russa.
Se existe algo pior que viver assim é pensar que Deus também é assim. É verdade, tudo muda, menos Deus. O apóstolo Tiago 1:17 diz que “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra alguma de variação”. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Ele é, o que era, e o que há de vir. Deus não muda. O seu amor não sofre variação, a graça dele não diminui, a sua misericórdia não se acaba e sua bondade não se extingue. Independente de nós.
Quando estamos no monte Deus nos ama.
Quando estamos no vale ele continua nos amando.
Quando andamos pelo caminho da justiça Ele nos ama.
Quando escorregamos na casca de banana que nos leva ao pecado Deus ainda continua nos amando.
Como já escreveu Max Lucado “Não há nada que façamos para que Deus não ame menos. Não há nada que façamos para que Deus nos ame mais”. Ele é simplesmente imutável. Deus não é como nós. Que alívio!
Mas o que fazer diante das variações da alma? Simplesmente espere, confie e não desista da caminhada. Is.40: 30-31 diz “Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovarão as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam”.
Creio que a vida cristã passa por ciclos de renovação, por isso, existem momentos em que voamos, em outros corremos, e em outro andamos, às vezes bem devagar. Mas segredo para voltar a voar é nunca parar e muito menos voltar atrás. A renovação sempre vem, pois o Deus imutável não se cansa nem se fatiga e é capaz de renovar as forças daqueles que não tem nenhum vigor.
Confie nisso.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Não é o que parece ser

Como costuma dizer o Pr. Silas Malafaia “texto fora de contexto é pretexto para heresia”.
Lembrei dessa frase ao perceber como é incrível a capacidade que uma enorme quantidade de crentes possuem de extrair das escrituras versículos isolados para fundamentar argumentos teológicos, verdades pessoais e jargões que se tornam moda no meio do povo, mas que na verdade não querem dizer o que parecem dizer. Essas pretensas verdades, na maioria das vezes, não surgem com a intenção de deturpar a Palavra, elas apenas representam a ignorância de alguns a respeito da interpretação das Escrituras. Vamos ver alguns exemplos clássicos:

Você já deve ter ouvido esse: “Na presença de Deus até a tristeza salta de prazer”.

Interpretação: Não é na presença de Deus que a tristeza salta de prazer ou alegria, mas na presença do leviatã. Isso mesmo! Leviatã. O versículo está em Jó.41:22, mas se você começar a ler desde o primeiro versículo do capítulo 41 você vai perceber que Deus está falando de uma incrível criatura que Jó deveria conhecer.

Aí vai mais uma: “O ladrão vem para matar, roubar e destruir”.Jo.10:10.

Interpretação: A grande maioria acha que o ladrão, nesse versículo, representa o diabo. E não é? Alguém pode perguntar. Segundo o texto não. É só ler desde o início do capítulo, principalmente o verso 8 que diz “Todos os que vieram antes de mim são ladrões e saltadores ...”. Esses ladrões são os falsos líderes, falsos pastores e os mercenários. Se o diabo é representado por alguém nesse capítulo, essa figura é o lobo. Veja o que diz o verso 12 “Mas o mercenário e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo (o diabo), deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa”.

Vamos para outro clássico? Esse é muito usado no ofertório. “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”. Lc.6:38.

Interpretação: Amados! Esse então é terrível! Em nenhum momento em todo o capítulo Jesus fala de oferta financeira, pelo contrário, veja o que diz o verso anterior “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão”. A ênfase do texto é sobre o julgamento alheio e nos ensina que seremos julgados com o mesmo rigor com que julgamos os outros. O uso desse versículo para persuadir o povo a ofertar deturpa o texto.

Esses são apenas alguns exemplos, ainda existem muitos outros textos que são usados de forma equivocada fazendo o povo orar errado, a crer errado e criar fundamentos espirituais errados.

Creio que a pergunta que Felipe fez ao Etíope também serve para nós hoje em dia. “Entendes o que lês?”.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Pai arrancou as rodinhas

Lembro-me de quando meu amigo Jodson Gomes comentava sobre um sermão proferido pelo seu pastor com esse tema. Na verdade não lembro muita coisa do que ele me disse, mas o tema não saiu mais da minha cabeça e fiquei refletindo sobre isso.
Quando era criança, isso já faz bastante tempo, eu tinha uma bicicleta Caloi azul. Como ainda não tinha aprendido a andar de bicicleta meu pai colocou duas rodinhas nela. Com o auxílio daquelas rodinhas fui aprendendo a me equilibrar, então percebendo meu avanço meu pai tirou uma rodinha. Encontrei um pouco de dificuldade, depois me acostumei e já não sentia falta dela. Passado mais algum tempo, meu pai tirou a outra rodinha e para minha surpresa percebi que já podia andar de bicicleta sem ajuda de nada e de ninguém.
Penso que a vida cristã também é assim, como aprender a andar de bicicleta. No começo precisamos de rodinhas, ou então do pai bem perto segurando para não cairmos. No início da tentativa uma queda pode produzir muitos traumas. No início tudo parece difícil, então o Pai fica bem perto e com freqüência nos dá dicas de como podemos nos equilibrar. Ele está sempre falando conosco, sua voz parece sempre presente. Seja na leitura da Bíblia, seja através das visões, revelações, profecias e etc., mas parece que com o passar do tempo a voz do Pai parece mais distante, mais difícil de ser ouvida, e sua presença mais difícil de ser sentida e começamos a nos perguntar: o que foi que aconteceu?
Algumas vezes tenho me sentido assim. Olho pra dentro de mim e me pergunto se perdi o primeiro amor. Volto os olhos para Deus e pergunto a ele onde estou errando e porque a sua voz tem sido tão rara comigo. Questiono onde estão as lágrimas e o coração que se quebrantava com tanta facilidade. Pergunto porque sua presença parece tão distante. O procuro em sua Palavra e parece que não encontro. Torço para que ele use alguém mesmo que seja para me repreender, mas tudo que tenho é o silêncio. Na verdade não entendo muita coisa.
Creio que a maioria dos homens de Deus um dia já passou por isso: Abraão, Davi, Habacuque e Jó, que chegou a dizer "clamo a ti, porém, tu não me respondes; estou em pé, porém, para mim não atentas" Jó.30:20 e tantos outros. Porque não poderia estar acontecendo comigo? Talvez isso faça parte do processo de amadurecimento. Talvez eu deva aprender a crescer na fé em meio ao silêncio. Quem sabe?
Não descarto a possibilidade de que o problema esteja realmente em mim, e é bem provável que sim, quem sabe eu preciso de um auto-exame espiritual mais rigoroso. Quantas vezes achamos que estamos agradando a Deus, mas pequenas coisas o entristecem, mas também pode ser que o Pai tenha simplesmente arrancado as rodinhas.

Nele, Jesus. Que se esconde, mas nunca ausenta. Que pode parecer distante, mas está sempre perto.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Os pentecostais já chegaram?

Bom, se você pertence a uma igreja pentecostal, principalmente se for da Assembléia de Deus essa frase, com certeza, é bastante familiar.
Normalmente essa pergunta é feita quando em determinado momento do culto ou da reunião a igreja parece desligada, desatenta ou silenciosa. Então lá vem a pergunta, que na verdade já virou jargão "os pentecostais já chegaram?". O que essa indagação quer dizer aos ouvidos de quem ouve? Na verdade ela pode soar como um "acorda crente", ou então fica subtendido que aquele(a) que está dirigindo a reunião quer que façamos barulho. Então o que vem depois disso? Quase sempre um ou muitos glórias a Deus e Aleluias, ou então uma rajada de línguas estranhas. Afinal de contas são essas coisas que identificam um verdadeiro pentecostal. Certo? Acho que não.
Então o que é ser pentecostal?
O que determina se sou pentecostal ou não, não é o volume do meu "glória a Deus" ou do meu "Aleluia", nem a quantidade línguas estranhas que eu falo e muito menos se eu rodopio, danço ou planto bananeira no Espírito. O que determina se sou pentecostal ou não, é o que eu creio.
Ser pentecostal é crer que o mesmo poder do Espírito Santo que operava nos dias apostólicos ainda age em nossos dias. É acreditar que milagres ainda podem acontecer em nossas vidas, tal qual aconteceu com o paralítico sentado junto a Porta Formosa, no templo de Jerusalém. At.3:1-10. É confiar que pelo Espírito ainda hoje podemos receber os dons espirituais, tais quais recebiam os crentes da igreja primitiva.
Eu sou pentecostal mesmo quando estou em silencio meditando e refletindo no que está sendo dito por quem prega, e glorifico quando sou estimulado espontaneamente a fazê-lo sem a ajuda de ninguém a não ser do Espírito Santo.
Eu sou pentecostal mesmo quando não possuo em mim a evidência de falar em línguas, mas não desisto de buscar porque sei que isso é para mim, é promessa de Deus.
Eu sou pentecostal mesmo quando não possuo nenhum dom espiritual, mas não me acomodo com isso, pois sigo o conselho de Paulo que diz que devo procurar com zelo os melhores dons I Co. 12:31, lembrando que o maior de todos os dons é o dom de amar.
Eu sou pentecostal mesmo quando não exagero nas gesticulações ou não faço algo esquisito sob o pretexto de estar cheio do Espírito, pois uma coisa é estar cheio do Espírito Santo e outra coisa é ser menino.
Eu pentecostal quando busco o poder do pentecoste que é o próprio Espírito Santo que inflama a alma e não me deixa ser um crente morno, de outro modo, meu "Glória Deus" pode ser o mais alto, meu "Aleluia" pode até ensurdecer os ouvidos de quem estiver ao meu lado. Posso até parecer uma metralhadora de línguas estranhas, mas, contudo isso estarei carregando o pentecostes apenas como um rótulo, visto que glórias a Deus, Aleluias e línguas estranhas podem virar vício de linguagem na boca de qualquer crente. O importante é carregar o pentecoste na vida, para o resto da vida e em todo lugar, já que a primeira coisa que pentecoste produziu uma coragem inimaginável em Pedro de apontar a Cristo como Salvador. At.2:14-36.

Pense nisso.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A murmuração de hoje já foi a benção de ontem

Não é a primeira vez que Deus usa um fato, um evento ocorrido comigo para ensinar-me alguma verdade espiritual, aliás, acho que isso acontece com mais freqüência do que minha sensibilidade em perceber.
Essa reflexão surgiu depois de alguns problemas com meu carro. Há algum tempo ele tem me dado algumas despesas. Conserto uma coisa aqui, estraga outra ali, e assim vai embora pelo ralo meu pouco dinheirinho. Além disso, acho que poderia aplicar ao meu carro o mesmo texto de Isaías 53:2, que diz “... e olhando nós para ele, nada víamos para que o desejássemos”. Isso porque a pintura já não está lá grande coisa. O somatório de tudo isso tem produzido em mim um resultado não muito agradável. Murmuração.
Nesses dias me peguei chamando meu carro de porcaria, e logo após recordei que esse mesmo carro, que era o motivo da minha reclamação, tinha sido resposta de oração. Sendo assim, como poderia ser uma porcaria?
Então me lembrei de quando comecei a orar pedindo a Deus um carro. Não tinha condições nenhuma para comprar um, mas Deus foi abrindo as portas até que consegui juntar um dinheiro para dar de entrada. Certo dia saí para visitar algumas agências de automóveis. Entrei em dezenas delas. Quando encontrava um carro que me agradava, o recurso não era suficiente e quando me ofereciam um modelo compatível com meu recurso, esse não me agradava. Até que eu o vi. Um Kadett cinza ano 96. Pintura boa, estofado conservado, motor tinindo. Amor à primeira vista. Perguntei o preço. Perfeito! O que agradou aos meus olhos concordou com meu bolso. O casamento estava feito. No dia em que fui buscá-lo definitivamente na agência estava como os que sonham, nem acreditava. Quando virei a chave e liguei o motor para conduzi-lo ao seu novo lar, ia glorificando a Deus por sua bondade e fidelidade. Dizia que não era merecedor de tão grande benção. Não era um carro zero, não era o melhor do mundo, mas era o que Deus tinha me dado e eu estava satisfeito. Passados 3 anos, como posso olhar para esse mesmo carro e murmurar? Será que Deus tem alguma culpa?
Citei o exemplo do carro, mas essa experiência pode ser aplicada em diversas áreas de nossa vida, como: casamento, emprego, vida profissional e etc. A esposa que um dia produziu brilho nos olhos do esposo, agora perdeu o encanto. O emprego que um dia foi a porta de escape do desempregado, agora é motivo de murmuração. O pequeno apartamento que um dia foi motivo de ação de graças, já não presta mais. E assim somos nós, e Deus nada tem haver com isso. Ele não tem culpa da nossa ganância. Quanto mais temos, mais queremos e aquelas coisas que ontem já foram motivos de gratidão, hoje se tornaram em motivos de insatisfação e murmuração.
Com você também é assim?

Pense nisso.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Amores Impossíveis: Parábola do amor de Deus

Esse texto sublime foi escrito por Caio Fábio. Sem comentários.

Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adultera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses... (Os 3: 1)
Outro dia alguém me perguntou como ficam as pessoas que amam com o amor que jamais acaba, enquanto relacionamentos podem acabar mesmo quando há amor. De fato, essa é uma das grandes questões e uma das maiores dores existenciais que os humanos têm que enfrentar dentro do coração a vida inteira. Eu creio que alguns sentimentos acabam. Mas acredito que o verdadeiro amor, mesmo entre homem e mulher, jamais acaba. Quando alguém entra nesse mistério do coração—o amor—, e vive a experiência de não poder ficar com quem ama—seja lá por que circunstâncias forem—, tal pessoa sofrera a pior tortura que o ser pode experimentar, mas não desejará ficar curada de sua própria dor; pois, o amor não quer se curar de si mesmo, ainda que muitas vezes clame pedindo compaixão aos céus, implorando por “libertação”. Todavia, se a “opção de cura” lhe for oferecida, suicidamente, o amor a repudirá, visto que não pode negar-se a si mesmo. O amor é mais forte do que a morte! Por esta razão, terá que existir em fidelidade a si mesmo, mesmo que seja contra si mesmo. Grande é este mistério! Ora, para todo aquele que sofre desse “bem”, resta apenas um consolo: Deus também sofre dele. É apenas porque o amor de Deus é assim—e Deus é amor—, que toda manifestação genuina de amor está, eventualmente, fadada ao sacrifício. Mas são desses sacrifícios do amor que a humanidade inteira retira seu folego de esperança para continuar existindo. Neste mundo caído quanto mais sublimes são as realidades, mais passíveis da dor elas se mostrarão. Quem não desejar correr tal risco deverá buscar ser raso e superficial durante toda a vida. Porém, não terá sabido o gosto de viver. Até o que é mais sublime—como o é o amor—, terá que receber, nesta Terra de Dores, a glória da coroa de espinhos. É o amor coroado com espinhos! É assim o amor em meio à Queda! É a vida! Quem não tiver encontrado tal amor, não o busque. Quem foi encontrado por ele, saiba: não adianta fugir dele. Seu ciúme de ser quem é, é mais implacável que a sepultura. Não deve ser jamais acordado. E isto apenas por uma razão: não pode morrer uma vez que abra os olhos...

Caio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Assim é o Reino dos céus

“O Reino dos céus é semelhante a um homem negociante que busca boas pérolas; e, encontrando uma de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a.” Mt.13:45-46

Essa é uma das menores parábolas contadas por Jesus, mas o seu tamanho não lhe rouba a beleza e significado. A pérola é um artigo raro, gerado nas entranhas das ostras que só podem ser encontradas nas profundezas do oceano. Esse negociante em busca de boas pérolas encontra uma diferente das outras e fica tão maravilhado com a preciosidade e raridade da pérola encontrada que ele decide vender tudo o que possuía para ficar com a aquela que o havia encantando. Tal negociante já devia possuir diversas outras pérolas, mas talvez nenhuma dessas possuía a cor, o tamanho, o brilho da pérola encontrada. Por isso, valia a pena se desfazer de todas a outras para ficar com aquela que fez brilhar os seus olhos. Essa pérola havia se tornado seu foco, seu alvo, seu objetivo. De repente nada mais valia a pena, apenas aquela pérola. Ele só estaria realizado depois que a possuísse. Ele sabia que não poderia deixar passar aquela oportunidade. A possibilidade de achar outra pérola como aquela era quase impossível. Então ele foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou.
O Reino de Deus é comparado a essa pérola. Quantos estão como negociantes à procura de algo que realmente dê valor e sentido em suas vidas. Eles já compraram a pérola da fama, da independência financeira, da realização profissional, da paixão e etc. Mas mesmo assim não estão satisfeitos, continuam à procura, continuam comprando outras pérolas, na esperança de que a próxima aquisição seja aquela especial que fará toda a diferença. A pérola de grande valor não se encontra no mercado da religião, nas camas dos motéis, nem em nenhuma conta bancária. A Pérola de grande valor está em Deus. É o seu próprio Reino. É o seu próprio filho. É Ele mesmo. Por Ele vale a pena deixar tudo, vender tudo e comprar pela fé o que é dado de graça. A salvação da alma. Essa pérola faz os olhos brilharem, faz o rosto sorrir, faz a alma pular e não gera arrependimento por ter vendido tudo para ficar com uma, porque essa que ficou vale infinitamente mais que todas as outras.
Assim é o Reino dos céus.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O benefício de uma fé simples

Vale a pena ler esse texto que fala da fé simples dos crentes perseguidos na China.

por: Ron Boyd-MacMillan

Eu preciso encontrar a igreja perseguida porque eles me ajudam a manter simples a minha fé. Em sua primeira visita aos E.U.A., eu levei um professor chinês da Bíblia a uma livraria cristã. Eu não estava preparado para a sua reação. Eu pensava que ele ficaria esmagado pela variedade de Bíblias, material de auxílio à leitura, livros e materiais multimídia em exposição. Ele ficou, mas não da forma que eu esperava. Ele parou no meio da loja, virou-se para mim e disse: "Deve ser muito difícil ser cristão aqui"."Por que você diz isso?" perguntei."Porque como você vai manter simples a sua fé com tudo isto disponível?"Nós andamos pela loja enquanto ele me explicava o que havia dito. Ele tirou 5 livros da prateleira. Todos tinham títulos semelhantes: "O Segredo do Cristão Para Uma Vida Feliz". Ele os folheou e disse: "Cada livro parece dizer que existe um segredo de uma vida feliz em Jesus. Mas seus segredos são todos diferentes. Todos eles dizem que existe um segredo, mas cada um tem um segredo diferente? Isso é confuso.""Bem, isso é apenas marketing", expliquei, um pouco na defensiva."Isso significa que eu tenho de comprar todos os cinco livros para realmente conhecer a Cristo? Isso me deixa ansioso. Que outros segredos eu não deveria saber? Eu tenho de comprar mais livros. E logo eu teria mais livros do que poderia ler, e poderia não ser feliz, mas me sentiria culpado por haver gasto dinheiro em todos os livros que não teria tempo para ler" continuou ele."Na China, eu orava para que Deus me mandasse livros. Ele o fez, mas somente quatro por ano. Assim eu li aqueles livros completamente. Eu copiei trechos. Fiz resumos para professores. Aprendi grandes trechos de cor. Aqueles livros de fato me formaram. O que estou tentando dizer é que, se você tem muitos livros, é difícil ler um adequadamente. Eu não digo que seja impossível, mas apenas que é difícil. E esta variedade de fato torna a fé mais complicada do que ela realmente é".É verdade, mas tão difícil de ver quando somos constantemente seduzidos pelo último, pelo melhor, pelo mais novo, mesmo dentro da cultura cristã. A perseguição reduz a vida ao que é essencial e mantém a pratica da fé em simplicidade. O meu amigo voltou para a China para retomar as rotinas básicas que lhe davam vida. Como ele disse: "A cada dia, esteja certo de orar, testemunhar a outras pessoas e, acima de tudo, louvar a Deus".Ele ensinou-me um hábito diário que aprendeu na prisão. "Todas as manhãs quando você acordar, não se levante; apenas fique na cama durante 10 minutos e agradeça a Deus por qualquer coisa que lhe vier à mente. Pode ser o papel de parede, podem ser os amigos, ou apenas pela vida. Qualquer coisa. À medida que você avança, descobre que o mundo é cheio de graça. A graça de Deus. Com essa atitude você está pronto para viver o dia para Deus - porque você está subjugado [pelo senso] de quão generoso Deus é com você, com todos".

Medite nisso e tente imitar.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Quando a espera pela vontade de Deus paralisa a vida

Um bom rapaz se afeiçoa a uma boa moça e pergunta a ela:
- Quer namorar comigo?
Ela responde.
- Vou orar para saber a vontade de Deus.

Um jovem que vai prestar o vestibular em breve é questionado.
- E aí! Que profissão vai escolher?
Ele responde.
- Ainda não sei. Tenho que orar para saber qual é a vontade de Deus.
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Se existe um assunto que é sempre recorrente na vida do crente é a tal vontade de Deus. Para algumas pessoas esse tema produz angústia e ansiedade, quando na verdade deveria gerar paz e segurança. Tudo porque se espera a vontade de Deus para se tomar decisões importantes na vida. Isso não é errado, pelo contrário. O problema é como encaramos a vontade de Deus.
Normalmente queremos que Deus fale antes para depois decidirmos. Queremos ouvir “Meu servo escolha psicologia e não direito”, “Minha serva se case com o Pedro e não com o João”. Esse comportamento tem até uma aparência de devoção, mas muitas vezes ele esconde a nossa covardia, nosso medo de decidir e de fazer escolhas. Então eu decido deixar Deus decidir por mim através da vontade dele, porque se mais tarde alguma coisa der errado (aos meus olhos) eu vou ter alguém a quem culpar. No caso Deus.
Tenho aprendido que a vontade de Deus, na maioria das vezes, se revela no caminho. A Bíblia diz que o justo viverá da fé. Hb.10:38. Aquilo que é revelado antes não é por fé, é por vista. Abraão saiu sem saber para onde ia e conforme ele ia caminhando Deus ia ajustando o caminho.
Não estou dizendo que Deus não dá direcionamentos específicos, mas acredite, na maioria das vezes nós teremos que decidir. Existem coisas que são bastante claras na Bíblia, para outras o Criador nos deu inteligência para pensarmos. Será que é da vontade de Deus que alguém case com um incrédulo? Está claro na Bíblia que não, nem precisa orar. Tenho duas ofertas de emprego, qual devo decidir? Avalie as vantagens e desvantagens e decida.
Mas e a oração, onde entra nisso?
Costumo dizer que o crente não deve orar, ele já deve andar orado. Isto é, ele ora antes da proposta ou oportunidade aparecer e quando ela aparece ele já sabe o que vai fazer. Tenho aprendido que quando Deus fica em silêncio, silêncio mesmo sobre algum assunto, ele quer que decidamos. E qual nosso papel? Nosso papel é abrirmos espaço para que ele corrija a rota mesmo quando decidirmos errado, porque o erro faz parte da caminhada.
Não decidimos porque temos medo de errar, mas não existe ninguém que passe pela existência sem cometer uma mancada, foi assim com os grandes homens de Deus, porque não será com você?
A vontade de Deus só paralisa a vida, quando não entendemos que a vontade de Deus deve ser encarada com fé.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

A beleza dos dias comuns

No final do dia, o marido se dirige à esposa e diz: "Hoje foi um daqueles terríveis dias comuns".
Acho muito interessante como temos uma visão errada sobre os "dias comuns".
Dias comuns são aqueles dias em que tudo foi exatamente como sempre havia sido antes. Normalmente eles são reconhecidos como tediosos e maçantes.
Prefiro observar os "dias comuns" de forma diferente (até porque a maior parte dos nossos dias são "comuns", se eles forem chatos, a nossa vida tende a ser uma chatice só!).
Para mim, os "dias comuns" têm grande valor. Quer ver?
* nos dias comuns eu não estou doente nem estou com dor (quando tenho alguma dor, o dia não é um dia comum).
* nos dias comuns ninguém que eu amo faleceu ou está muito doente (quando alguém que eu amo está sofrendo, os dias não são comuns).
* nos dias comuns não perco o meu emprego.
* nos dias comuns a minha vida não está envolvida em nenhum escândalo ou catástrofe.
* nos dias comuns as pessoas que eu amo também me amam e não estão "de mal" comigo.
* nos dias comuns eu não passo fome e nem frio.
* nos dias comuns eu não participo das guerras e nem vejo a morte bem perto de mim.
* nos dias comuns o sol não provocou uma seca e nem a chuva provocou uma enchente.
* nos dias comuns não sou assaltado nem seqüestrado.
* nos dias comuns os amigos não me traem.
* nos dias comuns estou em paz.
Viu? Dias comuns podem se tornar tediosos, mas dias "especiais" (não comuns), podem ser muito difíceis e sofridos. Por isso, prefiro os dias comuns e escolho valorizá-los.
Há alguns dias atrás tive um problema de saúde. Passei mal e tive dor. Nesse momento, fiquei lembrando do dia anterior... um "dia comum".
No ordinário dos "dias comuns" eu vejo a mão de Deus. Por isso, sou grato pela beleza dos "dias comuns".

Extraído - fonte: Jesus site

sábado, 3 de novembro de 2007

Gestos que curam

“Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: Quero. Seja purificado!” Imediatamente ele foi purificado da lepra. Mt.8:3
Esse versículo faz parte de um texto bíblico onde Mateus nos relata a cura de um leproso. Segundo a lei da época todos que fossem portadores dessa doença deveriam viver isolados, longe, distante do convivo social e principalmente da família. Essa era a realidade desse homem, até encontrar Jesus. Certamente quando o leproso veio em direção a Jesus, várias pessoas correram, alguns olharam com repugnância e outros, com certeza gritaram “Jesus tome cuidado, mande ele embora, ele é um imundo, um leproso”, mas ao contrário do que todos esperavam Jesus, movido de intima compaixão, atende ao pedido daquele homem que aos olhos de todos não tinha valor nenhum. Jesus então o toca. E ao toca-lo o mestre realiza duas curas. Uma no corpo outra na alma.
A enfermidade que ele possuía o afastou da vida, dos amigos, das pessoas a quem ele amava. Há muito tempo ele não sabia o que era ser tocado, tudo o que recebia era rejeição. Um abraço? Nem pensar! Um beijo?Só em sua lembrança! E de repente vem Jesus e o toca. Um toque de amor, de compaixão, sem preconceito. Um toque de cura.
Aqui fica uma lição. Se Deus não te usar para curar o corpo das pessoas, ele pode te usar para curar a alma delas e talvez você não tenha que fazer um grande esforço. Basta um abraço sincero, um beijo amoroso, um carinho, um sorriso espontâneo ou apenas um toque de amor.
Fique na Paz!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Onde está Deus?

Essa não é uma pergunta que se faz em um momento qualquer. Normalmente essa indagação surge quando alguém está passando pelo que a Bíblia chama de dia mal, quando o vento e a tempestade sopram forte, quando o absurdo e a tragédia batem a nossa porta trazendo o pior dos nossos temores. Um filho viciado, o exame que detectou um câncer maligno, a mulher que fugiu com o amante, a filha que morreu vítima de uma bala perdida ou como aconteceu há poucos dias em meu local de trabalho, quando um colega foi sugado para dentro de uma máquina industrial e veio a falecer depois de trinta minutos de dor e sofrimento. E ele era um servo de Deus. Nesse momento é que a alma grita de agonia em meio ao desespero perguntando onde está Deus?
A resposta é a seguinte. Deus está onde sempre esteve, é a humanidade que está fora do seu lugar.
Vivemos em um mundo caído onde o bem e o mal sempre surgem como uma possibilidade para os bons e os maus. O pecado trouxe desordem para o mundo em todas as suas dimensões. A existência debaixo do sol não prima pela coerência, por isso se vê com freqüência o ímpio prosperando e o justo em dificuldades. O tolo chefiando o sábio. O preguiçoso e acomodado ganhando mais do que o esforçado trabalhador. Pessoas maravilhosas morrendo cedo, enquanto algumas que não deveriam nem ter nascido passando dos 80 anos. Parece injusto, mas a vida é assim. Ainda não chegamos ao novo céu e nova terra onde habita a justiça, onde o próprio Cristo enxugará de nossos olhos toda lágrima. Lembre-se que ainda estamos aqui na Terra, por isso, tudo pode acontecer. Então aproveite o dia bom, desfrute a vida, alegre-se, sorria, passe pela vida e não permita que ela apenas passe por você. Faça isso, e quando chegar o dia mal não se desespere, se tiver que chorar chore. Sinta sua dor, mas não morra por isso. Traga a memória a promessa Daquele que disse que mesmo na bonança ou na tempestade disse estar sempre conosco todos os dias, em todo tempo. Nos dias ensolarados perceba sua sombra e lembre-se que Ele está à sua direita. Nos dias de chuva vislumbre o sol (e Ele é o Sol da Justiça) brilhando acima da tempestade, ela não vai durar para sempre. Mesmo em um mundo que não é o ideal existe um Emanuel, Deus conosco 24 horas por dia.
Quer um conselho? Ao invés de perguntar onde está Deus, faça a oração de Bartimeu “Senhor que eu veja” e com certeza você verá pequenos milagres que parecem ordinários, mas que na verdade são extraordinários. Um ano que termina e você ainda está vivo(a). Quantas idas e vindas do trabalho e nada te aconteceu. Quantas refeições que não faltaram a sua mesa. Você está empregado, não importa o salário, tem gente que não tem nada. Mas o desempregado também não morreu de fome. Quilômetros e quilômetros rodados de carro e nenhum acidente. Ninguém morreu na sua família. Você não precisou correr para emergência de madrugada com ninguém. Os dias passam e você tem vencido a carne, o mundo e o pecado. Tudo isso são milagres. Por pior que seja sua situação sempre haverá um milagre acontecendo.
Onde está Deus? Onde sempre esteve.
Senhor que eu veja.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Deus corresponde ao nosso amor

A vida é, foi e sempre será marcada por encontros e desencontros, e não dá para fugir disso. Esse é o risco que se corre pelo simples fato de se estar vivo.
Todo ser humano é carente de amor, atenção e carinho, quando essa necessidade se torna mais latente começamos a procurar alguém que possa nos dar o que precisamos, mas ao mesmo tempo em que existe a necessidade de receber, também existe em nós o desejo de retribuir e oferecer a alguém aquilo que almejamos tanto para nós, fazendo dessa troca uma via de mão dupla, onde duas pessoas se suprem mutuamente. Quando isso acontece entre um homem e uma mulher eu chamo isso de um “bom encontro”, expressão essa pronunciada pela primeira vez por Eliezer, mordomo de Abraão, quando pedia a Deus que lhe desse bom êxito em cumprir sua missão de levar uma esposa para Isaque, filho de seu senhor.”Dá-me bom encontro”, disse ele. E o Senhor o atendeu.
O problema é nem sempre tudo é tão romântico como os encontros registrados na Bíblia. Isaque recebeu Rebeca como mulher e foi correspondido, Jacó se apaixonou por Raquel e foi correspondido. José amava Maria e era correspondido. A Bíblia não registra ninguém levando um fora, pelo menos eu ainda não encontrei. Ok, ok. Sei que devemos levar em consideração a cultura da época e coisa e tal, mas, por exemplo, Rebeca teve a opção de não ir com Eliezer, mas decidiu ir, sorte de Isaque. Às vezes não temos tanta sorte. Quantas vezes desejamos cobrir alguém de amor e carinho, mas esse alguém não está nem aí para os nossos sentimentos. Presentes, agrados, declarações e etc., parece que nada faz efeito, parece que não faz nenhuma diferença. Isso dói muito. A dor da rejeição, a dor de não ser aceito a dor de não ser amado.
Está lembrando de alguém agora? Eu também. Mas lembre-se que nessa história de encontros e desencontros tenha certeza que nós não somos vítimas o todo tempo, algumas vezes somos os promotores da dor no coração de alguém que sofre por não conquistar nosso amor.
Um amor correspondido. É o que todos desejam, mas nem sempre se alcança.
Não escrevi esse texto para falar de “dor de cotovelo”, mas para recordarmos que existe alguém que corresponde nosso amor. Veja o que ele diz “... aquele que me ama será amado por meu Pai, eu também o amarei e me revelarei a ele”. Jo.14:21. Isso é lindo!
Eu não sei quantas são suas lembranças de amores não correspondidos. Pessoas que você desejou e não conseguiu conquistar. Gente que ficou indiferente aos seus sentimentos, mas existe alguém chamado Cristo que valoriza o que você sente por Ele, e a boa notícia é que ele nos amou primeiro “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro”. I Jo.4:19. Mas ainda não acabou. Somos amados apesar dos nossos pecados, erros e debilidades “Mas assim Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. Pensa que acabou? É só o começo. Leia isso “Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem demônios, nem presente, nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo, nosso Senhor”. Rm.8:38-39. E por último, pelo menos nesse texto, guarde o que escreve João, o apóstolo do amor “Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue”. Ap.1:5b.
Se ninguém no mundo corresponder ao seu amor, saiba que existe alguém que deixou a eternidade para vir aqui na Terra dizer a você. EU TE AMO.
Desfrute esse amor e lembre-se que de que Ele também quer ser correspondido.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Falando se sexo

Se havia uma coisa que me irritava demais na minha infância eram respostas negativas sem explicação. Por exemplo. “Posso ficar até mais tarde na rua?”. Perguntava aos meus pais. “Não”. Respondiam eles. Tornava a perguntar. “Mas porque não?”. E o que eu ouvia era. “Porque não”, ou quando muito “Porque eu não quero e pronto”. Normalmente com essa frase a questão era encerrada e lá ia eu chorando, inconformado com a resposta que não havia me convencido. Será que poderia duvidar das boas intenções de meus pais? Seriam eles estraga prazeres? Claro que não. No fundo sabia que a intenção deles era me proteger, mas também sabia que a explicação poderia ter sido melhor.
Você já viveu uma situação semelhante? Já recebeu uma resposta que nunca o convenceu? Então você sabe do que eu estou falando.
O que eu quero dizer é que existem perguntas que exigem uma boa resposta, caso contrário correm o risco de não serem levadas a sério. Uma dessas questões é a que envolve a questão sexual. Quando alguém indagada a um cristão “porque seria pecado sexo antes do casamento” o que a maioria responde? “Porque a Bíblia diz que é pecado e pronto”. Ora essa resposta seria muito boa para alguns, principalmente para os crentes, mas para outros seria uma resposta como aquelas que eu recebia de meus pais quando era criança. Uma resposta que poderia ser melhor.
Mas então qual seria a melhor resposta?
Para responder a essa outra pergunta é necessário sabermos o que Deus pensa sobre o assunto, para isso peço que sejam consideradas três palavras: matrimônio, sexo e divórcio.
Primeiro vamos falar de matrimônio, mais conhecido como casamento. O escritor aos hebreus diz “o casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro, pois Deus julgará os imorais e os adúlteros”. Com isso a Bíblia destaca o valor do casamento não como uma instituição humana, mas divina. Mas o que seria casamento para Deus? Seria um registro no cartório civil? Seria uma cerimônia religiosa celebrada por um pastor ou padre? Nada disso. Para Deus o que valida, autentica e confirma o casamento é o sexo. As cerimônias com toda sua pompa e luxo não passam de invenções humanas herdadas da idade média onde a plebe sonhava trazer para sua realidade a suntuosidade dos casamentos que aconteciam nos palácios. Para Deus tudo é mais simples, Para Ele, sexo é casamento. Por isso está escrito em Gênesis “Deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á (sexo) a sua mulher e serão ambos uma só carne”.
Ora, se para Deus, sexo é casamento e casamento é sexo, eu só devo me relacionar sexualmente com alguém depois que estiver certo de ter encontrado alguém para assumir como minha esposa, e isso só deve acontecer quando houver amor.
Sexo que não é encarado como casamento é imoralidade, prostituição, egoísmo e pecado. Casamento é pacto, compromisso, aliança. Por isso, sem a certeza de que a outra pessoa faz parte de você, assim como você dela não deve haver sexo, pois uma vez tendo praticado sexo com alguém estarei casado com ela e uma vez casado não deve haver separação. Diz o profeta Malaquias “Eu odeio o divórcio, diz o Senhor”.
Sem amor não deve haver casamento (sexo), porque casamento (sexo) sem amor é pecado. E amor é muito mais que atração física, desejo, tesão. Essas coisas qualquer animal irracional sente (um cão sabe quando uma cadela está no cio), Pessoas precisam de relacionamentos mais profundos, duradouros, estáveis. Isso se não quiserem baixar ao nível dos animais, tais quais os “tigrões” e as “cachorras” que existem atualmente.
Se você não sabia como dar uma boa resposta a questões dessa natureza, eis um bom argumento.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Nosso destino

Texto de Ed René Kivitz editor do blog outraespiritualidade.blogspot.com
Uma das coisas mais estúpidas que já acreditei em termos de religião foi que a composição da população do céu podia ser mensurada pelo número de pessoas que dissessem sim a um apelo de conversão a Jesus Cristo feito nas bases da tradição do cristianismo protestante evangélico anglo-americano. Traduzindo: se você acredita que irão para o céu somente as pessoas que aceitam a Jesus como salvador depois de ouvir o evangelho pregado a partir da cultura anglo-americana, então você está em apuros: o seu céu é pequeno demais; o seu Deus é pequeno demais; o seu Cristo é pequeno demais; o seu evangelho é pequeno demais; o seu Espírito Santo é pequeno demais; o seu universo de comunhão é pequeno demais; seu projeto existencial é pequeno demais; sua peregrinação espiritual é pequena demais.É urgente que se articule uma outra maneira de convocar pessoas para que se coloquem a caminho do céu. Uma convocação que considere que “nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” – palavras de Jesus. Uma convocação que re-signifique o conceito de céu, que deve deixar de ser um lugar geográfico em outro mundo para onde se vai após a morte, para significar uma dimensão de relacionamento com o Deus Eterno para a experiência contínua do processo de humanização: estar em Cristo, ser como Cristo, ser Cristo. Com isso quero dizer que o convite para aceitar Jesus como salvador como credencial para ir para o céu não é a melhor convocação. A melhor convocação é um chamado para se tornar uma outra pessoa. A peregrinação espiritual cristã não é uma migração de um lugar para outro, mas de um estado de ser para outro. Nosso destino não é o céu. Nosso destino é Cristo. E tenho certeza de que muita gente vai chegar lá mesmo sem nunca ter ouvido o plano de salvação desenvolvido pelos teólogos sistemáticos anglo-americanos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Participando da Ceia sem medo

“... portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor...”.
“... Pois quem come e bebe sem discernir o corpo e o sangue do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso, há entre vocês muitos fracos e doentes e vários que já dormiram”. I Co.11: 27-30.

Que medo! Quem nunca tremeu diante dessas palavras? Tem crente que por causa desses versos nem participa da ceia, às vezes por pura bobagem. Isso acontece, por exemplo, com o irmãozinho que passa pela banca de jornal para ver as manchetes, e por um descuido, corre os olhos para alguma literatura indiscreta. Ou a irmã que não vai cear porque passou o dia todo assistindo novela. E ainda aquele adolescente não vai tomar o pão nem o vinho porque navegou por alguns sites na Internet que não são aconselháveis a um cristão.
No fundo, no fundo. Todo mundo sabe, ou pelo menos desconfia, que deixar de participar da mesa do Senhor por conta dessas coisas é uma grande besteira, e esse texto vai dizer porque, mas só para garantir que aquele anjo com a espada desembainhada que cruzou com Balaão no caminho não cruze o seu caminho, por desencargo de consciência, o crente deixa de ceiar.
Não quero aqui banalizar nenhum tipo de pecado. Quero apenas lembrar-lhes o significado da ceia, que é recordar a morte substitutiva de Cristo, que para nós representa o perdão dos pecados, por isso, não há motivo para crente algum deixar de participar do corpo e do sangue do Senhor. O trabalho diabo é nos acusar, a fim de que cedendo aos seus argumentos deixemos de participar desse mandamento acerca do qual disse Jesus “... todo aquele que come a minha carne e bebe do meu sangue permanece em mim e eu nele” Jo. 6:56. Quando um crente deixa de participar da ceia é como se ele estivesse declarando que não acredita que Deus tenha poder de perdoá-lo.
Veja o que diz a Bíblia. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. I Jo. 1:9, e ainda afirma “Meus filhinhos, escrevo-lhes essas coisas para que não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo”. I Jo. 2:1-2.
O Deus que nos manda perdoar setenta vezes sete, também é o Deus que perdoa setenta vezes sete.
Então quem são os indignos? Os fracos? Os doentes? Os que dormem? Esses são os que estão vivendo no erro, sabem disso e nunca se chegam diante do Trono da Graça para alcançarem misericórdia.

Nele, que lança nossos pecados na profundeza do mar e ainda coloca uma placa para o diabo ler. Nela está escrito “É proibido pescar”.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Os três porquinhos e a teologia da prosperidade

Esse texto não é meu, ele foi escrito pelo José de Souza Barbosa Jr., editor do site Crer e Pensar.
Vale a pena ler. É simplesmente genial.
Suinolândia era uma cidade pacata. Apesar do fato da maioria esmagadora dos habitantes da cidade serem porcos, era uma cidade limpa, tranqüila, que nos últimos tempos andava em polvorosa. Era que se achava por aquelas bandas o terrível Lobo Mau, personagem conhecido das lendas de muitos povos, mas nunca antes visto por aqueles ingênuos porquinhos.A cidade ultimamente andava meio estranha mesmo. O novo Prefeito, Sr. Je-suíno, evangélico que era (como a maioria dos porquinhos da cidade), já havia feito suas primeiras participações na vida “política” da cidade, e participações “importantíssimas”, todas recomendadas pelo seu Pastor, ou melhor, Apóstolo, o Reverendíssimo Sr. Renê Porcalhão. Trocou o nome da cidade, que antes se chamava “Nossa Senhora dos Porquinhos Aflitos”. Colocou em letras garrafais na bandeira da cidade a frase “Suinolândia é do Senhor Jesus, Povo de Deus, declare isso”. Fez uma cerimônia de purificação do Palácio do Governo, expulsando assim os “demônios territoriais” que ali estavam alojados, e ainda ungiu com óleo todos os seus Ministros e Secretários (todos membros de sua Igreja, é claro). Todos atos realmente significativos e transformadores da realidade local. Coisa de porco, né ?!
Ah! Uma outra coisa. Ele não retirou o monumento da entrada da cidade, um monumento estranho, algo como um Esquadro e um Compasso invertidos, acho que emblema da Má-suinaria, entidade da qual o Prefeito (e seu Pastor) faziam parte.Havia nessa cidade três porquinhos irmãos muito interessantes. Os três eram evangélicos também, apesar de reunirem-se em Igrejas bem diferentes.
O primeiro, mais novo, havia recentemente perdido todos os seus bens. Um assaltante (esse sim, um porco de verdade) havia lhe roubado tudo o que tinha, todos os seus pertences, só lhe restou a pobre casa de palha, e a fé de que dias melhores viriam.
O segundo, depois de abandonar a Má-suinaria, perdeu o emprego, não conseguiu mais nada, e vivia de “bicos” em sua pobre casinha de madeira.
O terceiro, diferente de todos, era rico. Afinal de contas, como ele mesmo dizia, ele era “Filho do Rei”. Membro da igreja do Apóstolo René Porcalhão, trabalhava também na Prefeitura, e era Secretário de Fazenda do Município. Tinha uma vida um tanto dúbia, pois todos sabiam que ele “metia a pata” no dinheiro público, e seus bens não conferiam muito com o que ganhava como funcionário da PMS (Prefeitura Municipal de Suinolândia), mas sabia se esconder como ninguém atrás de sua capa evangélica. Sua casa, diferente das casas dos irmãos, era muito grande, feita de tijolos, com várias dependências. Tinha uma vida boa, pra porco nenhum botar defeito.Com a notícia de que o Lobo Mau andava pela cidade, havia um certo ar de batalha na cidade. Os fiéis do Rev. Porcalhão já haviam dado sete voltas em volta da cidade, amarrando o Lobo Mau, mandando-o para o abismo e coisas desse tipo, mas acho que a corda era fraca, pois toda semana repetiam o ato. E não era só contra o Lobo, mas contra seus lobinhos também: o lobinho da fome, lobinho da miséria, lobinho do medo, lobinho da dor-de-cabeça, enfim parecia haver tantos lobinhos que não sei como achavam tantos nomes.Certo dia, o Lobo Mau em pessoa resolveu aparecer, e foi direto na casa do primeiro porquinho. Ao chegar, viu-o orando e como não conseguia tocar-lhe soprou forte sobre a casa de palha, e esta se espalhou ao vento, revelando a todos na cidade o grande poder do Lobo, mas também o fato notório de que ele não podia, sequer, tocar naquele porquinho.
Saindo dali, o malvado Lobo, parou em frente a casa do segundo porquinho, uma casa simples de madeira, mas vazia. O porquinho havia saído para mais um “bico”. Com muita raiva, destruiu toda a casa deixando-a em escombros, para tristeza do porquinho que chegou logo depois, e só teve como consolo orar.... e recebeu consolo.
Logo depois, o famigerado Lobo Mau deparou-se com uma mansão enorme, dessas de filme, com chafariz, piscina, carros na garagem, e pensou: é agora que eu me faço!! Ao ver o Lobo no portão de sua casa, o terceiro porquinho não hesitou: foi para fora e com dedo em riste disse: - Lobo Mau, eu te amarro e ordeno que me digas toda a verdade em nome de Jesus. O Lobo, percebendo o modo de pensar do porquinho, resolveu não destruí-lo, era melhor conversar. O porquinho pensava que porque dizia a frase mágica “em nome de Jesus”, o Lobo seria obrigado a responder-lhe realmente a verdade. Coitado! Não sabia que o Lobo tentou enganar até o próprio Senhor Jesus. O porquinho lhe perguntava sobre sua hierarquia Lobal, como se organizavam, áreas de atuação de cada lobinho, como eram os nomes deles realmente. E, malandro como era, o Lobo entrou na dança. Respondia tudo como lhe era agradável, satisfazendo o desejo incontrolável do porquinho em saber detalhes da vida de Lobo.
Logo, chegaram vários outros porquinhos da cidade, sabedores da visita do Lobo ao porquinho mais velho. Multidões queriam ouvir o Lobo falar, ouvir o Lobo é melhor que ouvir o Cordeiro. Sem que o porquinho percebesse, o Lobo já estava sentado em sua grande sala, com todo o conforto, com toda a pompa, ocupando lugar de destaque em sua casa. A febre tomou conta da cidade. O porquinho mais velho resolveu, através de suas conversas publicar dois grandes livros, que logo se tornaram os mais vendidos nas livrarias ditas evangélicas: “A Divina Revelação do Lobo Mau” e “Ele Veio Para Devorar os Porquinhos”. Ganhar dinheiro com as revelações do Lobo Mau era um grande negócio, pois ninguém mais queria ler as Palavras do Cordeiro, palavras mansas, denunciativas, coisas que não interessavam muito a porquinhos ocupados com o grande Lobo Mau.
Em tempo: os outros irmãos juntaram-se e construíram uma outra casa, simples, mas firmada sobre a rocha, que Lobo Mau nenhum mais conseguirá derrubar. Humildes, reconheciam em todas aquelas provações, razões para crescerem em Deus, pois a única coisa que o Lobo não lhes tinha tirado, renovava a esperança dos mesmos em uma vida melhor: a FÉ !!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Quem tem promessa de Deus não morre. Será que não?


Sinceramente não de sei onde nós, evangélicos inventamos algumas coisas. De repente, ninguém sabe quem, onde ou quando, alguém surge com uma frase ou jargão interessante, quase sempre uma frase bem conveniente a nós, e depois de pouco tempo isso vira teologia. Um exemplo disso é esse jargão bastante conhecido em nosso meio “quem tem promessa de Deus não morre”. Seria isso verdade?
Segundo a Bíblia. Sim e Não.
Como assim? Alguém pode perguntar.
Se lermos todo capítulo 11 da epístola aos Hebreus, encontraremos ali a galeria dos heróis da fé. Dentre esses heróis estão descritos ali dois grupos de servos de Deus. Os que honraram a fé e os que foram honrados pela fé.
A respeito do primeiro grupo, veja o que diz o verso 13 “Todos esses viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido, viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrino na terra...”. Viram? Não sou eu, é a Bíblia quem está falando.
Tem gente que transforma até jargão em promessa e quando vai orar ainda usa isso para falar com Deus dizendo “Senhor, a tua Palavra diz que quem tem promessa do Senhor não morre enquanto não ver essa promessa se cumprir...”, e por aí vai.
Então quem tem promessa de Deus pode morrer sem ver a promessa se cumprir? Pode morrer sim.
Mas existem casos em que realmente o crente não morre sem ver a promessa de Deus se cumprir. Sabe quando? É quando ele pertence ao segundo grupo, aqueles que foram honrados pela fé. O verso 33 do mesmo cap. 11 de Hebreus diz “... os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões e etc...”.
Agora a decisão do grupo ao qual iremos pertencer depende única e exclusivamente da vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável. Então, em tudo dê graças.
Ainda existe outro caso em que o crente não morre sem ver a promessa se cumprir. É quando Deus diz que ele não vai morrer sem ver a promessa se cumprir. Mas tem que ser Deus mesmo falando. Não pode ser nenhum “vaso” querendo usar Deus através da “visagem, profetada e revelamento”. Nem pode ser um crente querendo interpretar a Bíblia em seu próprio benefício. A Bíblia fala de um homem chamado Simeão, Lc.2: 26. A Ele foi revelado pelo Espírito que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor, e assim foi. Mas assim foi porque foi Deus quem realmente falou, e quando Deus fala não há confusão, nem frustração.

Nele. Que é a maior de todas as promessas tanto agora, quanto no por vir.

domingo, 21 de outubro de 2007

O propósito desse Blog

Há algum tempo vinha sendo gerado em meu coração o desejo de publicar um site onde eu pudesse compartilhar minhas reflexões, divagações e experiências com Deus. Mas descobri que criar um blog seria muito mais simples.
Sempre fui um grande questionador. Nunca me conformei, e até hoje não me conformo em aceitar, logo de primeira, tudo que me dizem ou ensinam. Gosto de inquirir, indagar, procurar outras possibilidades e interpretações para tudo. Odeio a mesmice e o convencional. Quando se trata de assuntos espirituais meu comportamento é o mesmo. Estou sempre investigando, ouvindo e estudando tudo que diz respeito a Deus, ao seu filho Jesus e ao Espírito Santo. Seja em um sermão, livro, texto, pensamento ou mesmo em uma conversa informal. Aprendi a formar minhas próprias opiniões ao invés de ser um papagaio espiritual que repete tudo que ouve sem a devida investigação espiritual.
Nesse blog estarão alguns de meus pensamentos e idéias sobre os mais diversos temas do universo evangélico, a quem possa interessar. Não espere que eu faça desse espaço um diário virtual, como fazem alguns. Vai perder o seu tempo.
Você não é obrigado a concordar comigo em tudo que estiver escrito aqui. Aliás, é bom que isso não aconteça.
Em alguns casos estarei certo, ou pelo menos coerente. Em outros estarei errado. Por isso, conto com sua opinião sempre que não concordar comigo. Isso vai ajudar a renovar meu pensamento.
Para concluir essa primeira postagem, devo adverti-los que a polêmica sempre terá lugar cativo por aqui, pois ela é o tempero do prato. Na verdade meu desejo é estimular sua reflexão, como sugere o título do blog.
Não prometo escrever todos os dias, mas vou tentar.
Passe aqui sempre que quiser, sua opinião sempre será bem vinda. E lembre-se. Creia em tudo o que diz a Palavra de Deus, mas não se esqueça que pensar não é pecado.