terça-feira, 11 de dezembro de 2007

“Evangélico” ou Evangélico?

As duas palavras acima parecem ter o mesmo significado, mas são diferentes. Na verdade nem sei se isso tem alguma validade gramaticalmente, mas quase todas as pessoas entendem que uma palavra colocada entre aspas não tem o significado que deveria ter, por isso, usei a palavra evangélico, com aspas e evangélico, sem aspas para estabelecer a diferença entre uma e outra.
Evangélico com aspas é aquela pessoa que abraça o evangelho como religião evangélica. Ela passa a freqüentar uma igreja evangélica, aprende a se vestir como um evangélico de acordo com a tradição da igreja, ela aprende a liturgia das reuniões, sabe a hora de sentar, levantar, erguer as mãos e etc, se torna uma freqüentadora assídua das programações, assimila os trejeitos e os jargões da comunidade onde está inserida, aprende as músicas que são cantadas na igreja e por aí vai, mas fica só nisso, a mudança só acontece por fora, porque por dentro a pessoa continua a mesma. A religião só passa um verniz para fazer a pessoa parecer melhor. Aqueles que abraçam o evangelho como religião são aqueles que nunca desfrutam a vida abundante que Jesus prometeu, possuem uma vida rasa e sem intimidade com Deus. Estão sempre em busca da benção e não do abençoador. Pensam que ao se tornarem “evangélicos” recebem imunidade contra os problemas ou uma garantia de benesses materiais e não percebem que o maior benefício do evangelho acontece no interior e não no exterior.
Ser evangélico sem aspas é abraçar o evangelho, isto é, os ensinamentos de Cristo como princípios e verdades a serem praticadas. É entender que a maior proposta do evangelho não é me fazer imune as lutas, mas me fazer forte para passar por elas. É saber que o evangelho não me promete, a priori, benesses materiais, mas sim, justiça, paz e alegria no Espírito Santo, de forma que eu não tenho direito de exigir nada da parte de Deus a não ser aquilo que Jesus conquistou na Cruz para mim, isto é, toda sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. Isso eu posso exigir, o resto é conseqüência, vem no pacote junto com a salvação.
Quando eu abraço o evangelho genuíno e não um outro “evangelho”, ele me transforma em uma nova criatura, de modo que nem sempre as circunstancias em minha volta mudam, mas essencialmente tudo dentro de mim será diferente e assim poderei dizer como o apóstolo Paulo “Já estou crucificado com Cristo, portanto já não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, e a vida que vivo agora, vivo na fé no filho de Deus”. Gl.2:20. Evangelho que é evangelho muda minhas prioridades, muda minha mente, transforma meu caráter e molda meu temperamento. Evangelho que é evangelho tira o meu foco das coisas da terra e faz meus olhos se voltarem para as coisas espirituais.

“Evangélico” ou evangélico? Quem é você?

Pense nisso.

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